Da família dos saguis, o sagui-leãozinho (Cebuella pygmea), também conhecido como sagui-pigmeu é o menor entre os Símios. Recebe esse nome por ser um indivíduo com uma coloração e características físicas de um leão em menor escala, lembrando até uma pelúcia desse animal.
Ele mede cerca de 15 centímetros de comprimento, sem contar sua cauda, que também chega a um tamanho de 15 centímetros. Ele pesa cerca de 130 gramas. Seu pelo tem uma tonalidade castanha. O bicho vive principalmente em matas fechadas, por este motivo é comum encontrá-lo na floresta amazônica, além de regiões do noroeste do Brasil. Em outros países é possível vê-lo no Equador e na Colômbia.
É um exímio escalador, se pendurando em galhos e árvores nas florestas. Por ter uma personalidade tranquila e dócil, acaba chamando atenção dos moradores dos locais onde habita, assim como dos turistas. Chegando a descer nas costas destes para brincar.

Características
Pertence à família dos Callitrichidae, fazendo parte também de uma linhagem independente que abriga as três menores espécies de primatas: cebuella (sagui-leãozinho), Callithrix (sagui da mata atlântica) e Mico (saguis amazônicos). Estão também no mesmo grupo devido a sua dentição que é especializada em retirar vegetais de troncos. Sua expectativa de vida é de 10 anos.
Alimentação
A base da sua dieta são as frutas, vegetais e semestes que encontra no chão das matas onde vive. Chegando a consumir também insetos e a seiva das árvores, mas apenas em casos extremos, como em dias chuvosos, por exemplo. Isso para o caso dos saguis que vivem na natureza, já aqueles mantidos em cativeiro têm uma alimentação diferente. Este consome frutas da estação, além de ovo cozido, pão integral e ração especializa. Com todo a comida sendo monitorada por especialistas.
Comportamento
Como dito, gosta de viver em matas. Neste locais, chega a viver em grupos de até 15 bichos, com a maioria do conjunto sendo constituída de casais.
Tem hábitos diurnos e arbóreos, se movendo em silêncio pela floresta.
Permanece no mesmo território até acabar a disponibilidade de alimento. Quando isso acontece, ele se muda para outro lugar, normalmente numa distância de um quilômetro do local anterior, sempre em bando.
Reprodução
É uma espécie monogâmica, com as fêmeas adultas sendo maiores que os machos.
Sua ciclo reprodutivo dura até 37 dias, e as fêmeas não sofrem com as mudanças de odores durante essa ocasião. Já os machos sofrerem alterações nesta época, adotando comportamentos relacionados à reprodução. Normalmente as pigmeias ficam mais agressivas, batendo no companheiro antes da ovulação.
O nascimento do bebê pigmeu acontece duas vezes ao não, com a mãe dando cria a 1 ou 3 filhotes, sendo o nascimento de gêmeos algo comum na espécie. Os bebês desmamam quando atingem os três meses de vida, e com seis meses já são considerados independentes.
Distribuição
Como dito, o pigmeu é encontrado em diversos países da América do Sul. No Brasil, podemos avistá-lo nos estados do Acre, Amazonas e Rondônia. Além da Colômbia e do Equador ele também habita a Bolívia e parte do Peru.
Normalmente é visto nas copas das árvores às margens dos rios, como o Solimões, Madeira e Jopurá.
Conservação fora e dentro do Brasil
O sagui pigmeu tem um status de conservação preocupante na lista vermelha da IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza) desde 2008 e no livro vermelho da fauna brasileira ameaçada de extinção.
Com o passar dos anos é possível observar a diminuição da população desses indivíduos.
As principais ameaças à espécie em certas regiões está diretamente ligada às mudanças causadas pelos seres humanos em seus habitats, assim como a perda desta devido a produção agrícola e pecuária, construção de assentamentos rurais e o crescimento de rodovias. Tudo isso afeta o animal, interferindo diretamente na sua sobrevivência e na disponibilidade e acesso aos recursos naturais, como comida, por exemplo. Uma das populações que mais sofreram com essas mudanças é aquele que habita áreas próximas ao Rio Madeira, em decorrência do alto desmatamento na região.
A caça desses bichos na Colômbia e no Equador para comercialização do sagui como animal de estimação também contribuiu para essa diminuição das espécimes.
Com essa situação preocupante, alguns programas de conservação foram criados e implementados em escolas, a partir de 2003. Como na Amazônia, por exemplo. O bicho também conta com áreas protegidas, como a Reserva Natural Manuripi, na Bolívia; Parque Nacional Natural Amacayacu e Cahuinari, na Colômbia e La Paya, no Equador. No Brasil a espécie é protegida pelo Parque Ambiental Chico Mendes, Zoobotânico, Serras dos três irmãos e mais outros três locais, totalizando seis áreas de preservação.
Curiosidades sobre o sagui-leãozinho
- Vive em bandos compostos por um macho dominante, uma fêmea reprodutora e até quatro ninhadas de filhotes.
- A mãe recebe ajuda do pai para cuidar dos bebês.
- Eles se comunicam uns com os outros. Isso é feito por meio de sinais vocais, além de sinalizações químicas e visuais.
- Eles roem a parte externa da casca da árvore.
- Os filhotes pesam 15 gramas.
- São tão pequenos que tem a estatura de uma escova de dentes.
- Costumam ficar nas cabeças dos indígenas das regiões onde vivem, pegando piolho.
- As fêmeas não aguentam reproduzir muitas vezes por ano devido ao seu tamanho. Por isso que é comum elas terem apenas dois filhotes em um período de 5 meses. Com a possibilidade de alguns nascerem mortos.
- Em cativeiro comem filhotes de camundongo para introduzir certa quantidade de proteína em sua dieta.
- Seu tamanho lhe rendeu um registro no Guiness Book.
- São super territórios, costumam marcar o local com o perfume que sai de suas glândulas escrotais.
- Possuem garras afiadas que os ajudam a escalar as árvores.
- Seu peso permite que ele suba até a copa das árvores, coisa que outros macacos não conseguem.
- Consegue virar sua cabeça a 180 graus, fazendo com que aviste seus predadores com facilidade.
- Se segura verticalmente nos troncos.
- Gosta de comer borboletas.
- Os filhotes precisam comer a cada 2 horas nas primeiras duas semana de vida.
- Apesar de capturado para viver com o animal de estimação, os bebês podem morrer em pouco tempo devido a depressão que desenvolvem quando são separados dos país.