O Brasil provavelmente tem o maior número de variedade de animais, isso graças ao clima que é propício para o desenvolvimento de várias espécies, sejam elas plantas ou bichos. Aqui temos florestas tropicais, Caatinga, Cerrado, rios, mares e manguezais. E hoje vamos justamente falar de um morador os mangues, o siri. Além de habitarem neste local, ele também pode ser visto nas praias, e ainda fazem parte da dieta alimentar de muitas famílias ribeirinhas. O que quer dizer que além de ter uma importância ecológica – toda criatura tem – ele ainda afeta a economia dessas pessoas que dependem dele para sobreviverem. É por isso que a preservação de toda e qualquer espécie é muito importante. Ao contribuir com o desaparecimento de algum bicho, as consequências são vistas não só na mesa dessas famílias, mas no próprio ecossistema onde eles estão inseridos, mudando todo o funcionamento daquele local.
Bom, esclarecido a importância do siri e de todos os animais do nosso ecossistema, voltemos às suas características. Vez ou outra – na verdade, em diversas ocasiões – ele é confundido com o caranguejo. O que é normal, já que eles possuem alguns traços comuns, mas, quando se saber identificar as diferenças, você consegue perceber as distinções entre ambos. Mas, antes de falarmos disso, vamos saber como o siri de alimenta?!
Como o siri se alimenta
O siri é considerado um crustáceos oportunista e generalista, além de carnívoro. O que quer dizer que ele não tem preferência de comida, come o que vê pela frente, e se alimenta de outros animais. Sua dieta é composta de outros crustáceos – menores -, moluscos e outras espécies, como peixes, especialmente mortos, com a carne já em decomposição. Por este motivo, ele é chamado de urubu-do-mar.
Para capturar e comer sua presa, ele usa uma de suas dez patas, que sofreu modificações justamente com esse intuito. Com sua garra, ele captura e segura sua comida, podendo, assim, comer.
Agora, voltemos às suas características físicas.
Características do siri
O siri se encaixa na classificação de artrópode, o que pode soar meio estranho, já que no mesmo grupo podemos encontrar abelhas e aranhas, por exemplo. Mas é justamente para separar animais tão diferentes entre si é que existem os subfilos. Desta forma, ele faz parte do grupo de crustáceos, como dito anteriormente.
Ele também integra o conjunto dos Decápodes, ou seja, bichos com dez patas – o que responde a pergunta do título de quantos membros locomotivos o siri possui -. E é justamente nessa região que podemos enxergar as diferenças entre siris e caranguejos. No primeiro, o último par de patas tem um formato de nadadeira, enquanto no segundo todas são iguais.
Essa modificação evolutiva permiti que o animal se movimente em ambientes terrestres, além de torná-lo um bom nadador, diferente do caranguejo que, devido a ausência desse traço, fica confinado ao solo.
Aliás, essa habilidade de poder transitar em dois habitats diferentes é de grande ajuda no quesito sobrevivência já que, quando se sente ameaçado em local, pode se esconder no outro, com facilidade.

Voltando as suas patas, ele detém um conjunto de 5 pares, chamado também de apêndices. Mas usa apenas quatro para se locomover. O primeiro par tem algumas funções específicas: ela é utilizada para defesa, caça e também manuseio dos alimentos, como dito anteriormente. Estás têm um formato de pinça, e é maior que os outros membros. Normalmente está é a parte preferida de quem consome siri, precisamente por ser o local com mais presença de carne.
Como a maioria dos crustáceos, exibe a presença de carapaça de quitina, que o protege dos predadores. Por este motivo, seu crescimento acontece de forma abrupta, e não gradativamente. Quando acontece a ecdise, a troca desse “casco” duro, ele aumenta seu tamanho de forma significativa. E quanto maior for a disponibilidade de alimento para o siri, mais vezes ele precisará mudar de carapaça, até finalmente chegar numa idade onde a alteração não mais aconteça.
Seu corpo e sua cabeça tem um formato achatado, com o tórax se fundindo com o crânio, formando uma única porção.
É possível observar uma variedade de cores no siri, isso vai variar de espécie a espécie. No Brasil, por exemplo, a grande maioria tem uma coloração branca, mas isso muda de acordo com o habitat do animal. Podemos avistar indivíduos nas cores vermelha, azul, entre outras.
Habitat
Como existe um número considerável de siris, é normal que o tipo de habitat mude conforme as características do animal. Por isso também é possível vê-lo em várias partes do mundo. O quer dizer que ele consegue se adaptar a diferentes tipos de clima.
Ele tem a capacidade de viver tanto em regiões marinhas, como em estuários – local de de transição entre rio e o mar -. No Brasil é comum avistá-lo na areia das praias, aliás, um dos fatores que influência o animal a morar em determinado local – como este – é a salinidade da água.
Reprodução do siri
É um bicho de sexos separados e que precisa realizar reprodução sexuada para procriar. Normalmente, nesta ocasião o siri retorna para a água – nos casos onde ele não habita próxima a uma fonte de água -. Isso acontece porque a fecundação e o nascimento dos filhotes ocorre neste lugar. Após o coito, a fêmea se encaminha até o mar, carregando cerca de 2 milhões de ovos em seu abdômen. Quando libera a “ninhada” no local, inicia-se a primeira fase da vida do bebê siri: pelágica. Quando os ovos eclodem, começa a zoea. Após 18 dias, eles passam para o estágio megalopa. Toda essa transformação acontece em cerca de 46 dias.
Se nunca experimentou mas deseja provar o bicho pela primeiras vez, duas dicas são importantes: se for fazer em casa, opte em comprar o animal vivo. E, antes de comê-lo, não esqueça de limpar o bicho, pois suas fezes ficam localizadas em sua cabeça. Então com certeza você vai querer tirar isso antes de consumi-lo.
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